SAI DO AR "JOGO DURO" E ENTRA "NO LIMITE"!

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No limiar da contemporaneidade os programas de T.V. baseiam-se nas mais diferenciadas histórias fictícias, narrativas gráficas (mais conhecidas como histórias em quadrinhos) e porque não dizer nas mais variadas epopeias da nossa “renomada literatura ocidental”. Como na “Ilíada” ou na “Odisseia” de Homero, como na “Eneida” de Virgílio ou ainda na “Jerusalém Libertada” de Torquato Tasso os diretores televisivos de hoje guardam em seu Imaginário a histórica vontade de domínio do Ocidente sobre o Oriente. Baseados em nossa História literária e científica escrevem ao “Deus dará” simplesmente para ganharem quantias significativas e se enriquecerem as custas do pensamento do povo dominado laboral, cultural, e intelectualmente.

Como já diria o grande Karl Marx, nos momentos de descanso os trabalhadores seriam também domesticados, além da exploração da sua força de trabalho seus pensamentos serviriam como uma extensão do processo produtivo do capital. Através do que Marx denominou de mais-valia relativa, em seus momentos de descanso os homens gastariam seus míseros salários com as inóspitas e concedidas diversões. Hoje a diversão capitalista se consolidou e o que fazemos ao chegar em casa após as duras jornadas de trabalho? Assistimos as “belas” (rsrsrs) produções novelísticas, assistimos os aventurosos reality shows. Aos domingos o cardápio se torna um pouco mais variado, tamanhas são as diversões “capitalísticas”: programa do Sílvio Santos (quem quer dinheiro?), programa do Faustão, Fórmula 1, campeonatos de futebol do mundo inteiro, e por aí vai!

Durante as quintas e domingos anoite o programa “NO LIMITE” vem fazendo o maior sucesso como em edições anteriores. Jovens bonitos, jovens charmosas, corpos “sarados”, geralmente bem sucedidos, os participantes apresentam um certo status quo. Esses são os heróis construídos pela “Indústria Cultural” ocidental (que infelizmente de algum tempo pra cá também invade o Oriente). Numa mistura de realidade e fantasia as empresas de T.V. invadem nossas vidas, nossos momentos de descanso e nos tornam também em produtos; nós e eles (os participantes) somos os produtos. Dignidade não é mais um termo que cabe em nossa axiologia, em nossos valores. Perdemos a dignidade, o respeito por nós mesmos, pois, a moeda, o sucesso, sempre é mais importante. Nosso Ego se entregou totalmente, não lembramos que somos seres humanos. Somos super-heróis (rsrsrs), vivemos sempre “NO LIMITIME”.

Daí o Imaginário que poderia nos libertar das imposições do dia a dia se torna em Ideologia e a ideologia é cruel, nos tira da realidade e nos coloca impossibilidades de transformação, nesse momento nos vemos presos em nossas próprias casas, em nossas próprias mentes. Então é preciso parar e pensar: realmente vivemos o real? O que seria o real? Todos somos sarados, bem sucedidos, não enfrentamos problemas cotidianos? Já não temos tempo e nem espaço para o diálogo familiar, preferimos “descansar” (rsrsrs) em frente aos televisores. Já não nos encontramos nas praças como os nossos pais e avós, nos encontramos na Lan House ou nos Cybers Café. Então na verdade nos encontramos com as máquinas, conversarmos com as máquinas.

Assim o sonho de dominação e unilateralismo ocidental vem se constituindo com tamanha força...!
Mas nunca se esqueçam: temos que viver sempre “NO LIMITE”

Continua...

Por Marlon Nunes.