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SONHO DE UMA QUEDA IRREAL

Sonho de uma queda irreal
Elos que nos unem ao chão
Dor de ossos quebrados
Mulheres ao redor de fracos músculos

As mãos atravessam os muros
Sua carne cheira queimado
Os paralelos encontram-se
Seios arredondados

Língua quente toca o cérebro
Sonho de uma noite hiper-real
Arrancados os pelos das paredes
Toques salgados em cordas soltas

Ultrapassamos os céus
Tocamos os Deuses
Sugamos as pernas
Sonho de uma queda irreal

Marlon Nunes (S/D)
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SILUMACROS
Um tubo me levou para dentro do sistema
Via cores e mundos distantes
Cabeças cortadas

Quadros pendurados de cabeça para baixo
Crânios abertos
Seios nas mãos

Telas trêmulas e visão destorcida
Animais a correr
Chá e torradas

Superaventuras intergaláticas
Mentes dominadas
Falsos beijos

Novamente flores

Marlon Nunes (S/D)


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RIZOMÁTICA
Corra em labirintos floridos
Eles a perseguem, fugidia
Mente para os pesadelos
Procurando a vitória

Esconde-se dos mais sinceros
Perde-se nos devaneios imagéticos
 Hibridismo mental
Luminosidade ofuscante

Encobrimento natural
Falta de sentido
Respiração inebriante
Confusão limítrofe

Saltos em espinhos gigantes
Histeria rizomática!

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

13 de setembro de 2011


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OLHAR E SER VISTO

Retratos modernos exibidos
Cenas em alegorias
A dor da cabocla mexicana
Expressão descabida

Murais populares de Siqueiros
Impressões digitais, Eu mesmo
Penteadas as tristezas,
Escovam nossos dentes sujos

Cabarés recebem rabiscos
Da bailarina de Cancan
Por trás do picadeiro
Observo, registro e petisco

Pancetti, o vermelho e a marreta
Vontade de não ser visto
Mas como voyeur, reparo
As almas que entram e saem

Muitas vezes arrogantes
Já vão logo pondo a mão
Poucas vezes preocupadas
E ainda há aquelas assustadas

Exercícios diários de resistência
Ao caminhar vários quilômetros
Em frente ao ponto, ver que a arte
Está longe, longe da verdade

Dos seres que vagam pela grande cidade
Do senhor com a barriga aberta
Do outro, frágil negro velho
Longe dos economicamente pobres

Perto dos economicamente podres
Perto ou longe dos espíritos malignos
Dos benignos nem tão próxima nem distante
Caminhando pelas paredes brancas

Como fantasmas, atravessam nossas vidas
Os silenciosos camponeses surdos
Desaparecem na loucura de Nijinsky
Nos traços atrapalhados no menino de Apel

Em pensar que podemos voar
Assentados no pavão
Olhando a princesa do ar
Sermos fieis admirando os cisnes

Ou perder-nos na pompa
Se não seguirmos a bússola de Contarini
Pelo olhar de Sr. Willian, também oprimidos
Chamados às bochechas vermelhas, morder

Celebridades do Renascimento
Seqüência de Fibonacci, câmara clara
Novas culturas e pescoços alongados
Máscaras que simulam a realidade

Trancados na hiper-realidade, nos simulacros
Do capital, dos museus itinerantes,
Da artificialidade do Inhotim, do não-lugar
Presos, fora das memórias dos pensadores originais
Em pranchetas e relatórios

Em tabelas de custo e arquivos mortos
No absurdo preço do café
Na segregação rodeada de serras
O desmatamento para a verticalização social

Da arquitetura dos corpos
Divididos por Platão
Dos dois triângulos azuis
Das estrelas e faixas vermelhas

Do condado ítalo-brasileiro
Das miseráveis crianças que veem tanta comida
E mesmo assim passam fome no foyer
Uma mãe negra que segura sua cria

Sem ter o que comer leva seu filho
Para um trabalho escolar complementar
 Através do olhar e não ser vista
Das conversas de balcão

Técnicas pedidas, realizadas
Virtuais trocas pessoais
Vieram amigos e alguns já vão
Atropelamento do tempo

Velocidade no espaço destruído
Pelas construções industriais
Inesquecíveis experiências transbordantes
Semáforos que não seguram

Poucas são, oportunidades de sentir
Tornar-se sensível, Ereignis
À descoberta do Ser
Salvando, nossa burocrática morte
Marlon Nunes
4 de julho de 2011
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NEGRA FOME

O mistério, negra fome
Aperte minhas mãos
Deus está próximo
O relâmpago apagou
Volte para minha mente

Entendo o esperar
De uma letra
Sozinhos no parto
Ande em minha direção
Há fogo nas montanhas

A manhã inteira
A madrugada clara
Estende-se por dias
Viva e cante os anos
Voltas em ruas vazias

Há fogo nas montanhas!
O mistério da negra fome!

Marlon Nunes 13 de setembro de 2011



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KILIMANJARO

Uma montanha branca em um coração negro
História apagada em meio desertos de paixão
Povos dizimados, Apartheid
Tamanhas cores
Do sorriso alegre e tosco
O monte e as florestas circundantes
Rica espécie colorida
Pelo sangue da metrópole
Angu, batuque, cachimbo
Moribundo marimbondo
Sobrevoando o Monte
Kilimanjaro

Marlon Nunes – 3 de fevereiro de 2011 (23h e 11m)
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ESPIRAL

Natureza em espiral
Em especial sua pele
Curvas do universo banal
Encontro números na TV

As rosas fazem soar
Os sinos das igrejas
Tempo nunca permitiu voar
Cravar os símbolos e as conchas

Numa letra grega de azar
De leves lebres brancas
E Todas as plantas
Lírios da sorte, estruturas sexuais

Nautilus
Um novo quarto maior
Da caixa que guarda os segredos da esfera

Tudo na natureza em espiral
Em especial seus aros, suas peles
As curvas do universo levam-me
De encontro aos números da TV


Tudo em espiral,
Suas curvas em especial
As peles do universo

Marlon Nunes (S/D)
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RETORNO

É preciso buscar de novo
À vontade te toca
Seus seios em minha boca
À vontade te canta

Você não passa de uma filha
Que não sabe por onde anda
E grita histérica
No meio da matilha

Passo a mão na cabeça
É por doença
Teimosa nunca descansa
Sempre pergunta

Marlon Nunes (S/D)
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DESACORRENTADOS

O que foi prometido está cumprido
Sem correntes ele voou
Levou o fogo até o mais baixo
Dos homens o que sobrou

O mundo invadido
Sonhos aerados
Cibernética, o espírito divino
Penhascos rochosos

Longas filas de metal
E curvas mortais
Cercas de concreto
Grãos de areia molhada

Secos canais da criação
Dons negados ao sol
Falsas negações
As vozes do trovão

Marlon Nunes - 13 de setembro de 2011
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DECISÃO

Decidimos amar,
Sol, I am de Sun
Soul for the god, am feel on the hands
Sun and Mar
Lontras em três maravilhas
Nuvens ao redor
Brain, danças russas and brazilian
Cossacando a casaca do casaco
Desde quando nascemos
E diante às sombras vejo
Ondas vermelhas
Como flechas Astecas
Mesmo que sejam pretas
Mar, Lona trás, Sun
Ou Maias, on sea
And Sun
And Mar
And Sun
And Mar
And Sun
And Mar
Cambeba, Embiá, Xetá
Duvidará de quem quer amar
Sobre as luas
Sobre os sóis
Sobre o mar
Duvidarás do amar
Mar Santo, iá, Sun.
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TEMPO INTOCÁVEL

Partes são essas, douradas
Fazem-me a cabeça
Outras vermelhadas
Por dentro das luzes, esperar

Olhares pelo vidro, olhares pela sala
Passa-se o tempo
Está vindo de lá
Chegando em brancas páginas

Entre brumas, vestígios
Vejo-te cantando, só
Em meio escuras florestas
Por abismos pendurando-se

Uma cena diferente
Observo as aves azuis
O contorno desenhado
Do amar à distância

O curso seguido
Minha maldição
Os lírios queimados
Jogados e intocados, estamos no tempo nosso!

Marlon Nunes 18 de maio 2011 às 00h
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ALUCINANTE

A luz se pôs sob o sol
Em meio à destruição,
Surge o seu nome

Toques na escuridão
Aceleração sanguínea
A aura de suas mãos
Deleitam-se no guiar

Identidade que faltava
Sentimentos de esperança
Justificar nossa vivência
Todo o labor e culpa

Diante indolências
Da tradição excludente
Intento de manifestação
Encontro apenas em você

A saída de um mundo
Que já não mais existe
Próteses para o coração
Mensagens globais, simulações virtuais

Único ente real, nós!
O árido mundo atual
O inferno circular
Sua faculdade poetizante

Natureza sua que faz do ateísmo
Um ato de fé
Uma frase provida de grandeza
Tarde inacabada

Para os deuses
Sente-se só
 Em um mundo estranho
Ritmo expresso pela queda

O tempo abriu suas entranhas
Cria, realizadoras imagens
Descubro o seu Eu
Na dispersão de seus fragmentos

Cada gesto como signo
Que concentra em mim
Todo o ardor da companhia
Modernidade materialista

Verso livre e poema em prosa

Marlon Nunes 28 de agosto de 2011
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BRILHA MAIS

Brilha mais o sol
Sobre suas ondas
Reflexo intertropical
Temores da vida

Lembro-me da tenra idade
Filmes e ficção
Só poderia existir um
Como guerreiro Highlander

Aquelas curvas douradas
Convidam-me a subir o castelo
Radiante, brilha mais a lua
Sob sua alma

Prontos para lutar
Ondulados desejos
Vida vermelha
Forte Coração

Marlon Nunes (S/D)
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A FUMAÇA

A fumaça queima
Por onde vamos
Seus olhos cegos
A lua escura

Em suas belas curvas
Escorre o canto
Entremeadas pernas
Nossos pelos

Lábios
Lábios
Lábios

Marlon Nunes(S/D)