CONTEXTUALIZAÇÃO DA LÓGICA

Para contextualizar a Lógica a autora Cláudia Maria Barbosa, passa pelos conceitos da Teoria da Ciência e seus aspectos epistemológicos: os limites do conhecimento; metodológicos: as técnicas de edificação de hipóteses; e lógicos: os procedimentos de inferência em ciência. Seguindo o raciocínio de Décio Krause e Newton Costa a autora descreve três categorias de ciência: ciências puras (verdade pela verdade) que subdividem-se em formais (lógica e matemática) e em reais: ciências naturais (física, química e biologia); ciências humanas: psicologia, sociologia e direito. Ciências aplicadas (finalidades práticas). E as tecnológicas (técnicas sistematizadas que auxiliam em determinadas tarefas).
A lógica, tanto quanto a ciência, possui caráter modificável. Servem então para o entendimento de alguns mecanismos de constituição do direito. Ainda é vista como uma disciplina que visa o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio correto do incorreto; e também como a ciência das formas válidas de inferência (processo pelo qual se extrai a conclusão de uma ou mais premissas, raciocínios). A autora explica que a lógica surgiu como o estudo das formas válidas de inferência, mas hoje é muito mais que isso.
A partir daí, lembra que as bases da lógica são aristotélicas. O silogismo, por exemplo, é um tipo de argumento em que uma conclusão é inferida a partir de duas premissas. E exemplifica o modelo aristotélico com um modelo no qual as proposições que intervêm na teoria do raciocínio são proposições gerais ligadas por um verbo principal (cópula) “ser” ou o “não ser”.
Depois, Maria Barbosa passa pelos conceitos de cálculo proposicional e comenta que o esse termo significa o sistema para executar cálculos com proposições. A validade ou a invalidade de um argumento é determinada através de sua derivação ou prova. Um argumento é válido se todas as suas instâncias forem válidas, e invalido se pelo menos uma das instâncias for inválida.
O problema da validade de um argumento está depositado em duas faces combinatórias da linguagem: a sintática (gramatical) e a semântica (interpretação do argumento). O conceito central da semântica da lógica proposicional é o de valor-verdade.
E depois de demonstrar alguns exemplos de utilização dos operadores lógicos: e, ou, não, se, então e somente se, a autora parte para a análise da lógica dos predicados, na qual são inseridos dois novos operadores lógicos: o quantificador universal (qualquer que seja ou para todo) e o quantificador existencial (existe). “A regra geral nesse modelo é que para que um argumento que envolva quantificadores seja válido, deve ser impossível que suas premissas sejam verdadeiras e sua conclusão falsa, à condição que exista, pelo menos, um indivíduo”.
Após uma revisão descritiva e objetiva da história da lógica, a autora demonstra dois caminhos a serem seguidos no estudo da lógica: lógicas complementares da clássica e as lógicas divergentes ou heterodoxas. E termina seu texto, mais uma vez, descrevendo mais um modelo de estudo lógico: o modal, que segundo ela, complementa a lógica clássica. Os conceitos modais são divididos em modalidades aléticas (modos da verdade), epistêmicas (modos do conhecimento), existenciais (modos de existência) e modalidades deônticas (modos de obrigação).

Marlon Nunes

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